GRC, ERM, IRM, Risco Conectado e afins: o que essas siglas realmente significam na gestão moderna de riscos?

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Ana
August 8, 2025
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Homem de terno usando um smartphone em ambiente corporativo, evidenciando tecnologia e negócios.

À medida que a complexidade operacional cresce e os riscos se tornam mais interdependentes, a sopa de letrinhas da gestão corporativa começa a confundir até os profissionais mais experientes. GRC, ERM, IRM, ORM, SRM, TPRM, Risco Conectado... todos esses termos prometem organizar a casa, mas, na prática, acabam gerando ruído.  

Afinal, o que realmente diferencia essas abordagens? E como elas podem, de fato, impulsionar decisões estratégicas e sustentáveis nas organizações?

O ponto de partida para responder a essas perguntas é reconhecer o seguinte: nenhuma dessas siglas é uma solução mágica. Elas são estruturas conceituais, com níveis distintos de abrangência, que podem (ou não) ser úteis dependendo da maturidade da organização, do setor em que atua e da clareza sobre seus objetivos.

O que é GRC?

Governança, Riscos e Conformidade formam uma tríade que, quando bem orquestrada, transforma a gestão de riscos em um componente estratégico. GRC não é um software, tampouco um departamento. É uma capacidade organizacional de alinhar objetivos, entender incertezas e agir com integridade. Isso significa integrar áreas como riscos, auditoria, jurídico, compliance, tecnologia, RH e operações em torno de uma mesma lógica: permitir que a organização atinja seus objetivos com clareza, responsabilidade e resiliência.

GRC é um modelo mental e operacional. E justamente por isso, ele não deve ser confundido com o papel de profissionais específicos. Um gestor de riscos não é um “profissional de GRC”, mas alguém que atua dentro de um ecossistema de GRC. O mesmo vale para profissionais de compliance, auditoria ou segurança da informação.

ERM e IRM

Enterprise Risk Management (ERM) é uma abordagem estruturada para identificar e gerenciar riscos em todos os níveis da empresa. Ela busca integrar o risco à tomada de decisão estratégica, incorporando o tema ao planejamento, às operações e à cultura corporativa. Em essência, ERM visa garantir que a empresa assuma os riscos certos, com consciência e consistência, para alcançar seus objetivos de longo prazo.

Integrated Risk Management (IRM), por sua vez, surgiu como uma resposta ao excesso de silos no gerenciamento tradicional de riscos. Ele propõe uma visão holística e transversal, em que riscos de diferentes naturezas — operacionais, tecnológicos, regulatórios, reputacionais — são tratados dentro de uma lógica unificada. O IRM tem forte apelo tecnológico, sendo frequentemente associado a plataformas que consolidam dados, riscos e controles em um único ambiente.

Enquanto o ERM é mais estratégico e estruturante, o IRM tende a ser mais operacional e orientado à integração tecnológica. Ambos são úteis, mas devem ser adaptados à realidade da organização, sem cair na tentação de seguir modismos ou frameworks genéricos.

Risco Conectado: mais do que uma abordagem, um alerta

O conceito de risco conectado reconhece que, em ambientes dinâmicos e hiperconectados, os riscos não atuam isoladamente. Eles se influenciam, se encadeiam e se amplificam. Um evento de falha tecnológica pode gerar impactos financeiros, legais e reputacionais ao mesmo tempo. Um ataque cibernético pode derrubar operações, comprometer dados de clientes e expor a organização a penalidades regulatórias.

Por isso, enxergar os riscos como sistemas interligados, ao invés de categorias separadas, é essencial para antecipar cenários e responder de forma coordenada. Essa abordagem exige maturidade analítica, governança de dados e uma arquitetura de gestão de riscos capaz de identificar interdependências, efeitos dominó e pontos de convergência.

ORM, SRM, TPRM: especializações que ganham força

Conforme a complexidade aumenta, surgem abordagens mais específicas, voltadas para riscos operacionais (ORM), riscos de segurança (SRM) ou riscos de terceiros (TPRM). Elas não substituem o GRC, o ERM ou o IRM, na verdade, devem coexistir e se integrar a essas visões mais amplas. O que se busca com essas especializações é profundidade técnica e gestão dedicada sobre riscos que exigem monitoramento contínuo e protocolos específicos.

Na prática, esses modelos são úteis quando há clareza sobre o escopo, governança bem definida e alinhamento com os objetivos estratégicos da organização.

Qual abordagem é a mais adequada?

Não existe uma resposta única. A melhor estrutura é aquela que gera valor para o negócio, reduz a entropia organizacional e permite decisões embasadas. Em vez de escolher entre GRC ou IRM, entre ERM ou risco conectado, o caminho mais inteligente é desenvolver um modelo de governança sob medida. Um modelo que una estratégia, processos, cultura e tecnologia, com um olhar pragmático sobre riscos como catalisadores e não como entraves à inovação.

E para que isso funcione, é essencial que áreas antes isoladas trabalhem juntas, compartilhando informações e responsabilidades. Só assim é possível sair do campo da conformidade pela conformidade e evoluir para uma governança orientada à criação de valor.

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